Assinado, Maitê  » Livros  » Entre Ossos e a Escrita

Entre Ossos e a Escrita

Editora Agir (2005)

2005 é um ponto de partida. Maitê dá início à sua carreira de escritora com “Estre Ossos e a Escrita”, onde reúne crônicas publicadas na revista Época entre 2003 e 2004. São 50 textos marcados pela diversidade e pelo humor, nascidos a partir de suas observações do mundo.


"O bom humor é para driblar a vida porque sem ele a coisa não anda".

A escrita e a literatura sempre andaram ao lado de Maitê. Era de se esperar que dela nascesse um livro, mais cedo ou mais tarde, e que este se tornasse um sucesso, como foi o caso. Não falo somente por mim. Carlos Heitor Cony, autor do prefácio da primeira edição de “Entre Ossos e a Escrita”, confirma com assertividade essa posição.

"Como protagonista de duas histórias de época (Marquesa de Santos e Dona Beija), nela admirei a mesma consciência e acabamento que encontro em suas crônicas".

Tamanho o sucesso em terras brasileiras, "Entre Ossos e a Escrita" é lançado também em Portugal. Nossos irmãos lusitanos se encarregam de deixá-lo em quarto lugar nas vendas nacionais por muitas semanas. O prefácio é assinado por Miguel Souza Tavares, autor por lá renomado e também encantado pela poesia de Maitê.

"Eu estava convencido, lendo as crónicas femininas-feministas das nossas cronistas portuguesas, que as mulheres tinham conseguido sublimar definitivamente essas fraquezas da alma e pairar lá no alto, num território etéreo onde não existem vícios nem fraquezas, apenas iogurtes magros, saladas verdes, carreiras profissionais sempre em ascensão. Mas olha que, afinal, uma actriz de talento consagrado, uma mulher bonita, inteligente e sensível, me vem dizer, sem pudor nem medo, aquilo em que eu sempre acreditei: que o amor é o verdadeiro motor da história (desculpa lá, Marx!), que toda a escrita é sobre amor ou não presta, toda a música é sobre amor ou não presta, mesmo toda a solidão é por causas de amor ou é inútil, toda a vida é em nome do amor ou não faz sentido. E por isso é que, porra!, gritamos, choramos, silenciamos, acordamos felizes ou adormecemos tristes"

Compre agora Compre agora Compre agora

REVISTA ÉPOCA
"A próxima geração de mulheres, pra não decepcionar os machos de agora, terá de vir transgênica. Será uma mulher geneticamente manipulada com panturrilhas, peitos e bundas já siliconados e todo o resto lipoaspirado, inclusive o cérebro que é pra não ameaçar ninguém."

Versos do surgimento de uma escritora. Em 2003, e com uma carreira já consolidada como atriz, Maitê revela o seu talento também para a literatura. Afinal, as crônicas escritas quinzenalmente para a revista Época logo conquistam o público por seu estilo direto, bem-humorado, delicado e perspicaz.
Era o começo de uma trajetória muito bem-sucedida e que viria a ser aclamada, através das palavras de Carlos Heitor Cony, na matéria da revista Lola de agosto de 2013.

“Não tenho qualificação técnica para julgar a artista Maitê Proença, embora ela tenha trabalhado em dois projetos meus para a antiga Rede Manchete (Marquesa de Santos e Dona Beija). Minha longa permanência, boa ou má, na complicada seara literária e editorial obriga-me a considerar Maitê Proença como uma autora de primeiríssimo time”. 

Aos poucos, a escrita vai se consolidando como um ato de resistência e um meio de sobreviver. É que Maitê é dada a aventura, a experimentação e os riscos inerentes não cessam com o tempo.

"Sou muito curiosa, nasci assim, fui uma criança perguntadeira, queria saber de tudo. Quebrei 17 ossos no meu corpo em momentos diferentes de tanto me meter em situações que não conhecia, pra ver como era. Então acho que por uma questão de sobrevivência, para me proteger de mim, porque eu sou perigosa (ano passado quebrei o punho, mesmo depois de velha... o negócio não passa), eu agora parti pra escrita que é uma aventura também, mas, ao menos, me obriga a ficar trancada na frente de um computador".

Em 2004 segue publicando e se revela ao público por ângulos até então inexplorados. Se em 25 anos de carreira Maitê havia vivido pensamentos alheios aos seus, era mais do que hora de libertar suas próprias histórias.

"Um ator está sempre interpretando o texto de alguém, os pensamentos, as considerações sobre o mundo de outra pessoa, que às vezes escreveu há 100 anos, ou dois mil como no caso de uma tragédia grega. Então eu quis estreitar essa ponte com um público que muitas vezes acha que sou uma pessoa que não sou". 

| | Voltar para Livros | |