Passei duas semanas neste país visitando galerias de arte contemporânea, museus, e sítios arqueológicos dentro e fora da capital q é bonita, limpa, arborizada e florida. Há canteiros bem cuidados por toda parte e Jacarandás repletos de flores cor lavanda cobrindo as alamedas. A cidade é poluída e o ar muito seco mas o visual compensa o desconforto. Mexicano não tem medo de cor, elas estão nas artes, nas roupas, nos murais de Diego Rivera, Orozco e Siqueiros, na parede das casas, e nos canais dos arredores coalhados de barcos e gente se divertindo (Xochimilco). Mas eu estava num grupo de artistas, arquitetos, e curadores de arte. Nosso foco era arte conceitual, e depois de tantos dias entrando e saindo de galerias, me encontro com a cabeça cheia de questões, com muitas perguntas novas, o q é bem mais interessante do q se entupir de certezas, aquelas bobagens duras que se encerram em si e não levam a lugar algum.
No México se cultua Nossa Senhora de Guadalupe. Ser mexicano implica em ser guadalupenho. Há judeus que veneram Guadalupe, protestantes, budistas, e assim por diante. A história dela é interessante para quem tem fé, e, pra quem não tem, há várias curiosidades. Ela apareceu quando os espanhóis tentavam catequizar os índios, recém conquistados, para a nova religião. Difícil, já que eles já tinham sus próprias crenças, com magníficos deuses refletidos no sol e na lua. Aquele homem branco, em farrapos, pregado numa cruz parecia qq coisa menos divino...A virgem então apareceu para um índio. Era da cor dele, bonita e accessível. Entre essas imagens há uma foto da figura dela que permanece milagrosamente impressa no poncho do índio João Dieguito, como contam os mexicanos.